quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

brincando com Torres Garcia

Claustro do Convento das Bernardas, Museu da Marioneta, Madragoa
entrada pela Rua da Esperança nº
146
(Projecto integrado, equipamento cultural e habitação social)


Joaquín Torres García, pintor uruguaio, é o autor dos brinquedos que o Museu da Marioneta apresenta na sala do claustro e que integram igualmente o espólio de Francisco Capelo.
Maioritariamente conhecido pela sua pintura, decide também dedicar-se à construção destes objectos, todos eles compostos de elementos geométricos que se vão combinando de formas diversas. Aqui, o fabrico artesanal e a utilização de materiais naturais (madeira) conjugam-se com os postulados da arte moderna.

Os brinquedos são decisivos no seu desenvolvimento artístico, ao exemplificarem como complexas construções podem emergir a partir de simples blocos construtivos.
Na sua pintura Torres García alcança definitivamente o seu devir: unir numa mesma obra a ordem racional de uma estrutura geométrica e o mundo complexo da natureza, emoções e sentimentos humanos.

Brinquedos – O pintor inicia seu projeto de fabricação e distribuição de brinquedos desmontáveis de madeira, aos 44 anos, ao final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), quando morava na Europa. Chegou a trabalhar com Gaudí na produção dos vitrais da Catedral de Palma de Mallorca e da Sagrada Família (Barcelona).

EXPOSIÇÃO - "BRINCANDO COM TORRES GARCÍA"
Sala do Claustro
Horário: de 3ª feira a Domingo das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 até 31 de Dezembro
Encerra: 25 de Dezembro
Preço: Entrada livre


Como Chegar

Comboio urbano: Linha de Cascais - Estação de Santos
Autocarros: 6 - 713 – 727 – 60
Eléctrico: 25
Parque de estacionamento: Largo Vitorino Damásio



"Torres García y los Niños" Michel Seuphor.

Torres García vivía en el otro extremo de París, en la calle Marcel-Sembat, cerca de la puerta de Montmartre. Habitaba un apartamento en la planta baja, con una cochera bastante espaciosa que había podido transformar en taller. La iluminación allí era mediocre, pero reinaba una atmósfera de una vivacidad incomparable que suplía la falta de luz con un desbordamiento dinámico constante. Los cuatro niños de Torres García eran los reyes allí. Arp recuerda como yo, los disfraces de indios con grandes plumas y el arco tendido que, desde la entrada, apuntaban al visitante. Juegos y empujones se sucedían entre las telas totalmente frescas, las construcciones frágiles, los manuscritos y los dibujos extendidos sobre las mesas. Si paradójicamente, los niños no parecían estorbar en absoluto al pintor en su trabajo, es porque eran sus principales colaboradores, sus principales discípulos, y él mismo los admiraba. Obtenía de ellos, cada día, muchas enseñanzas, se sentía hijo de sus obras. Nunca vi una ósmosis tan perfecta entre hijos y padre.

Extracto de El estilo y el grito , ed. Monte Avila, Caracas, Venezuela, 1970.


outra curiosidade: Torres Garcia e Viera da Silva

1929 é o ano em que Vieira da Silva, recentemente chegada a Paris, toma conhecimento do universo de Torres García, através de uma exposição dos seus brinquedos. No ano seguinte, visita uma exposição de pintura deste artista e descobre nas suas composições novos caminhos para a arte abstracta, baseados no rigor e na modelação das estruturas.
Dez anos mais tarde, Vieira da Silva escreverá uma carta a Torres García confessando-lhe a sua admiração e considerando-o como um dos seus mestres. Será o início de uma correspondência profícua em que ambos expressam uma profunda admiração mútua. Apesar do assíduo contacto postal, Vieira e Torres García nunca se chegariam a conhecer em pessoa.